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A JGP é uma tradicional gestora de recursos e de patrimônio brasileira com escritórios no Rio de Janeiro e em São Paulo. Nosso compromisso de longo prazo é aliar retornos consistentes com o gerenciamento de risco ativo, visando preservar o capital investido por nossos investidores.

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Com R$ 15 bilhões, JGP Wealth quer manter ‘voo solo’ no país

|16.11.2021

por Valor econômico

Por Adriana Cottias  — 

Com R$ 15 bilhões sob seu guarda-chuva, o braço de gestão de fortunas da JGP – do mesmo grupo fundado por André Jakurski mais de 20 anos atrás – acabou se tornando uma das raras casas independentes do mercado brasileiro, após uma sequência de consolidações. E é assim que pretende seguir, de acordo com os sócios que tocam a operação.

Criada em 2007, a gestora de patrimônio atende cerca de 70 famílias com tíquete médio elevado, de mais de R$ 200 milhões. Nasceu de uma demanda de clientes próximos a Jakurski, conta Guilherme Araujo, executivo que embarcou no projeto em 2009 – quando estava de passagem comprada, casa alugada e prestes a um sabático com a família na Califórnia.

“Quando comecei, na década de 90, esse era um segmento que basicamente existia só dentro dos grandes bancos e com pouca independência. Dada a enorme expertise da JGP, vi que ali tinha oportunidade para uma gestão mais holística”, diz. “Não dava para não entrar num projeto como aquele porque os pilares reuniam o que eu considerava primordial, o relacionamento próximo com as famílias, sem nenhum conflito, e uma capacidade ímpar de gestão.”

Num momento em que o mercado de investimentos se mostra aquecido, com cheques milionários assinados pelas plataformas de investimentos digitais para capturar estruturas que atendem as famílias mais ricas ou propostas para uso da infraestrutura tecnológica, Araujo diz que a intenção da JGP é seguir caminho solo, interagindo com muitos parceiros.

“Já conversamos com XP, BTG, com todo mundo, mas é o cliente que vai decidir, independentemente de ele ter relacionamento com XP, BTG, Itaú ou Credit Suisse ”,afirma. Ele diz que, em geral, as famílias deixam uma fatia de cerca de 40% do patrimônio sob responsabilidade da JGP, atuando com outras três instituições financeiras em paralelo.

O que a gestora faz é colocar na mesa o que cada private bank cobra pelos serviços e a escolha é da família, diz Araujo. “A gente não precisa ter pacote fechado: pode usar banco A para gerir, ter um banco B como administrador, o C como custodiante. Como há uma ‘asset management’ com mais de R$ 30 bilhões sob gestão aqui, existem acordos comerciais de administração e custódia em que os clientes [do wealth] se beneficiam também.”

Patrícia Varella, uma das sócias mais antigas e uma das responsáveis pela gestão dos portfólios, diz que desde o começo Jakurski repetiu o mantra de se criar uma empresa livre de conflito, sendo remunerada apenas pelo cliente e brigando pelos melhores negócios. O modelo é de plataforma aberta e qualquer remuneração ou rebate pagos são revertidos para os investidores.

“Nossa estrutura societária é diferente da outra empresa. Tem área independente no ‘middle office’, no ‘backoffice’, mas consegue se nutrir das informações disponíveis nas áreas de análise macro e micro da asset. A gente ganha com essa proximidade e consegue alavancar muito a carteira do cliente”, diz Varella.

Araujo, que lidera a área comercial, diz vez como naturais os acordos observados entre plataformas de investimentos e escritórios de agentes autônomos e de gestão de patrimônio, mas que a JGP se posiciona acima da faixa de clientes que essas estruturas pretendem alcançar. “A nossa intenção não é dobrar a base, a gente não quer ter 150famílias, prefere ter um número menor com volume expressivo para que possa atender bem.”

Ele afirma que esse é um trabalho de construção, que uma conversa inicial pode levar dois anos para se transformar num contrato de gestão, efetivamente. “Não teve nenhum ano em que colocamos dez famílias para dentro.”

A reorganização bancária que se viu nos últimos anos, com a saída de grupos estrangeiros dessa área, também abriu um flanco de consolidação no setor. O J.P. Morgan, por exemplo, deixou de ter equipe dedicada à gestão de fortunas localmente. O UBS tinha saído, com a revenda da sua estrutura para o BTG Pactual, e voltou. Adquiriu o multi family office Consenso. Outro suíço, o Julius Baer, cresceu no Brasil por meio de aquisições de casas independentes como GPS e Reliance.

Do Credit Suisse, grupo estrangeiro mais bem sucedido na área de fortunas no Brasil, saiu um time liderado pelo ex-chefe da divisão de riqueza Marco Abrahão para montar a WHG, em sociedade com a XP, no ano passado, com meta de atingir R$ 20 bilhões até o fim de 2021.

Entre os lances recentes no segmento de fortunas vale citar a compra da Vitra, gestora de patrimônio, com cerca de R$ 10 bilhões, criada por executivos do grupo de formação da GPS, pela Warren. O Modalmais fechou parceria estratégica com a G5 Partners, que entre outros serviços tem um multi family office, com potencial de adicionar R$ 5 bilhões à plataforma. A TAG Investimentos, com R$ 10 bilhões também, se plugou à infraestrutura da XP. Acordo mais antigo, o Citi, quando vendeu suas operações de varejo no Brasil para o Itaú Unibanco, passou a usar a infraestrutura da Guide Investimentos.

Na JGP Wealth Management, mesmo todas as demandas de inovação acabaram sendo desenvolvidas dentro de casa. Araujo conta que no passado já se discutiu algum tipo de terceirização, mas por se tratar de informação sensível, a escolha foi deixar tudo na própria cozinha. Para cerca de 10% da base, a gestora auxilia na consolidação global do portfólio. Quando o cliente enxerga num único relatório o que tem em cada instituição financeira, encontra até riscos sobrepostos que não percebia individualmente, diz o executivo.

A equipe conta com 24 pessoas e cada comercial não atende mais do que 20 famílias, segundo Varella. O objetivo, quando faz uma prospecção, é atingir um patrimônio de R$100 milhões por família no médio prazo.

A formação de riqueza no Brasil é um fenômeno mais ou menos recente. Cerca de 30 anos atrás, a maioria das empresas era fechada, não havia um mercado de capitais tão dinâmico que possibilitasse ofertas secundárias de ações ou operações de fusões e aquisições, destaca Araujo. O executivo acredita que, apesar das confusões no campo político e macroeconômico, o país ainda será um bom celeiro de criação de novas fortunas. Varella acrescenta que as empresas de tecnologia financeira têm atraído interesse do estrangeiro e há um bolsão de liquidez por essa via. “O aumento dos juros muda um pouco o incentivo da alocação de capital em risco. Mas as companhias estão capitalizadas, vão ter oportunidades e o Brasil é um mercado único.”

Leia a matéria original aqui.


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