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Sustentabilidade avança no mercado

|27.05.2024

O aumento da oferta de fundos chamados “verdes” e do seu patrimônio líquido mostram que a sustentabilidade pauta cada vez mais o mercado de investimentos. Dados de março passado da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de
Capitais (Anbima) indicam 91 fundos IS (investimento sustentável) e 39 que integram aspectos ESG (sigla em inglês para critérios ambientais, sociais e de governança). Em dezembro de 2022, esses números eram 41 e 13, respectivamente.

O patrimônio líquido dos dois tipos de fundos somados era, em março deste ano, de cerca de R$ 13,4 bilhões contra R$ 7,4 bilhões no fim de 2022. Os fundos IS viram seu patrimônio líquido subir, nesse período, de R$ 5,6 bilhões para R$ 9,1 bilhões. Já os fundos ESG passaram de R$ 1,8 bilhão para R$ 4,3 bilhões.

“Estamos falando de um mercado de nicho, com tendência de crescimento”, diz Cacá Takahashi, diretor da Anbima e coordenador da Rede de Sustentabilidade da entidade.

Ele acredita que a expansão ocorrerá paulatinamente, em função do cenário macroeconômico e geopolítico e da característica de prazo maior dos fundos sustentáveis. “O ambiente atual faz com que o investidor permaneça em posições líquidas de mais curto prazo”, observa.

De acordo com a Anbima, a diferença entre os fundos IS e ESG é que os primeiros têm foco 100% sustentável, sendo esse seu objetivo. Já os ESG consideram os aspectos ambiental, social e de governança em sua gestão, sem ter o investimento sustentável como objetivo principal. Para ganhar o sufixo IS, um fundo já deve ser ESG e a mudança exige adaptação. A Anbima acompanha os fundos para garantir que eles estejam enquadrados em suas definições.

Em janeiro, a JGP, gestora de ativos independente, e a BB Asset anunciaram parceria para a criação de uma nova gestora de fundos orientada para ESG. “Uma full platform, dispondo de uma grade completa de produtos para investidores locais e internacionais”, conta o sócio da JGP, Guilherme Bragança. Essa nova gestora está em fase pré-operacional.

O montante sob gestão da JGP em fundos verdes – são 20, dos quais 9 IS e 11 ESG – chegou, no fim de abril, a R$ 1 bilhão, dos quais R$ 782 milhões nos produtos IS. Há um ano, esse valor IS mais ESG somava R$ 400 milhões. O aumento, destaca Bragança, se deu principalmente devido à associação com a BB Asset, “que nos deu acesso aos seus diversos canais de distribuição”.

Bragança vê a agenda de sustentabilidade ganhando relevância. “Algumas evidências, como as alterações do clima e as pressões sociais, são cada vez mais claras”, diz. Os fundos ligados à agenda da sustentabilidade da JGP se concentram em crédito privado e ações, voltados para o público qualificado e investidores em geral.

A BNP Paribas Asset Management Brasil possui dez fundos “IS”, divididos em estratégias de renda fixa e de renda variável. Para Aquiles Mosca, diretor das áreas comercial, de marketing e digital da gestora, os investimentos sustentáveis no Brasil vêm exigindo um esforço de educação por parte dos gestores para acelerar seu crescimento.

Algumas evidências, como as alterações do clima e as pressões sociais, são cada vez mais claras”
Guilherme Bragança

Isso porque, observa, ainda há um certo preconceito dos investidores, que acreditam “erradamente que a incorporação de fatores ESG na gestão implica renunciar a retornos extraordinários para a carteira”. Mosca comenta que muitas multinacionais, mais maduras em relação ao assunto, vêm orientando suas subsidiárias no Brasil a terem ao menos uma parcela de seus investimentos em fundos ESG. “A educação e a demanda oriunda de multinacionais têm impulsionado o patrimônio de nossos fundos ESG”, diz ele.

Outra que aposta no segmento é Santander Asset Management. De acordo com Luzia Hirata, gerente ESG da instituição, a seleção de ativos pra os fundos da família Ethical se baseia em metodologia global, que avalia as empresas de maneira absoluta e relativa aos seus pares, para classificá-las em relação ao desempenho ESG. “Além disso, nossa diretriz global nos restringe investir em setores específicos como bebidas alcoólicas, tabaco e óleo e gás”, conta.

Para ela, o desenvolvimento de instrumentos financeiros que busquem soluções para temas críticos como mudanças climáticas, entre outros, tendem a atrair mais investidores. Os produtos Ethical incluem fundos de ações que investem até 100% em empresas que consideram aspectos de sustentabilidade e fundos de previdência, que aportam até 70% (limite imposto pela Susep) em ações de empresas sustentáveis e o restante em renda fixa, títulos públicos ou privados, não necessariamente vinculados à agenda ESG.

Annelise Vendramini, coordenadora do programa Finanças Sustentáveis do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (FGVces), diz que dentro da dimensão ambiental, o fator climático é um foco. “Isso se dá pela urgência da crise climática e pelo amadurecimento, por parte dos investidores, quanto à materialidade desse risco”.

Perto do tamanho da economia brasileira, aponta Annelise, a quantidade de empresas com capital aberto em bolsa ainda é relativamente pequena e, as de capital fechado, tendem a buscar recursos financeiros via crédito bancário, aumento de capital e private equity. “Então, podem ser menos influenciadas pelo movimento da indústria de fundos em geral, principalmente os passivos. Porém, é bom lembrar que o mercado bancário brasileiro já tem práticas ESG há muito tempo”, diz. Já as empresas de capital aberto, aponta, podem ser mais sensíveis ao sentimento do mercado e demandas de investidores atuais e futuros, a depender também de sua estrutura de capital.
Para que o investidor não seja iludido por “greenwashing” – termo em inglês para a criação de uma falsa imagem “verde” -, Emerson Morelli, líder de wealth and asset management da EY, diz ser importante uma análise prévia e criteriosa das informações dos fundos. “A inteligência artificial tem facilitado o ‘cross-check’ de dados públicos para confirmação da veracidade e integridade dos impactos ambientais, climáticos ou sociais alegados nos prospectos”, diz.

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