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Relatório de Julho 2024
Comentário de Ações
Os principais índices de ações no Brasil continuaram a melhorar marginalmente em julho, com o Ibovespa e o índice de small caps subindo ambos pouco menos de 2%. Apesar da valorização das ações desde meados de junho, o cenário macroeconômico não nos dá confiança de que essa trajetória seja sustentável, devido a dois principais fatores: a dinâmica dos juros no Brasil e a possível desaceleração global.
É importante lembrar que começamos o ano com a expectativa de uma redução significativa da Selic, com alguns economistas prevendo uma taxa abaixo de 9%. No entanto, a equipe macroeconômica da JGP prevê um aumento de 200 bps na taxa de juros ao longo de 2025, devido à forte atividade econômica, ao mercado de trabalho aquecido e às expectativas de inflação desancoradas. Se essa trajetória se concretizar, acreditamos que uma parte significativa da melhora operacional esperada em alguns setores será prejudicada, seja pelo impacto dos juros sobre as empresas alavancadas ou pela desaceleração esperada da atividade econômica, além do aumento do custo de oportunidade para o investidor.
Por outro lado, o cenário de desaceleração global apresenta um efeito mais complexo: enquanto pode resultar em juros mais baixos globalmente, beneficiando o Brasil nesse aspecto, também pode aumentar a aversão ao risco em países emergentes.
Com esses cenários em mente, decidimos aproveitar a recente recuperação dos preços para reduzir ligeiramente a alocação e ajustar a carteira para um perfil mais defensivo, diminuindo as posições em varejo e pagamentos, e aumentando em utilities e bancos. Ainda vemos retornos atrativos em diversas ações na bolsa e, por isso, mantemos a alocação acima de 70%, mas a maior probabilidade de aumento dos juros nos levou a reduzir o risco da carteira.