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JGP: Mesmo com alta de alíquota de produto incentivado não se verá realocação massiva
Líderes da JiveMauá e JGP debatem os desafios das gestoras para sustentar resultados no longo prazo
Para Alexandre Muller, sócio e gestor responsável pelos fundos de crédito privado da JGP, a tributação de produtos incentivados, como debêntures e fundos isentos, embora represente uma leve perda de rentabilidade, isso não deve gerar uma realocação massiva. “O carrego dos fundos de crédito está muito alto. É difícil competir com isso”, explicou.
No entanto, a maior preocupação é a insegurança jurídica. Para Alexandre Cruz, CEO e fundador da JiveMauá, “a segurança jurídica é a base para o desenvolvimento econômico e a renúncia do presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), as mudanças na PEC dos precatórios e a lentidão nas recuperações judiciais jogam contra o avanço do setor”.
Mesmo com esses desafios, o mercado segue aquecido. Segundo Muller, o volume de emissões de crédito privado caiu de R$ 25 bilhões para R$ 12 bilhões, em grande parte pela revisão dos planos de investimento das empresas. “Mas a demanda ainda é alta. As empresas precisam rolar dívidas, e o crédito segue sendo a única alternativa viável”, disse.
No episódio 165 do programa Outliers Infomoney, gravado durante a Expert XP 2025 e comandado por Clara Sodré e Fabiano Cintra, ambos da XP, Alexandre Cruz e Alexandre Muller conversaram sobre crédito privado.
Futuro
Tanto a JGP quanto a Jive concordam que o futuro do crédito privado no Brasil está atrelado à capacidade das gestoras se aproximarem da economia real. “A próxima perna do aprofundamento financeiro no Brasil vai vir das gestoras desenhando soluções de R$ 50 milhões, R$ 100 milhões, R$ 150 milhões, que os grandes bancos não querem mais fazer”, disse Muller. Cruz concorda: “Por que não apostar também no equity dos projetos, depois que toda a estrutura de funding já foi organizada?”
Essa aproximação das empresas abre espaço para novos instrumentos, como capital híbrido, Venture Capital e Venture Debt. Além disso, permite que os gestores participem de transações mais complexas, incluindo reestruturações financeiras, reflorestamento, recuperação de áreas degradadas e crescimento de médias empresas por licenciamento ou franquias.
“As estruturas de crédito hoje já representam 80% da solução de capital de muitas operações de aquisição”, afirmou Cruz. E esse movimento deve crescer com a consolidação das gestoras. “Os cheques estão ficando maiores, porque a indústria está crescendo”, completou.