Cartas
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Carta Macro Maio 2025
Maio de 2025 foi um mês de menor volatilidade nos mercados financeiros globais, mas ainda em um ambiente onde os investidores continuam tentando decifrar os impactos das políticas comerciais do Presidente Donald Trump e as complexas negociações que se seguiram aos anúncios de tarifas. Embora o mês tenha sido marcado por um início de desescalada tarifária e uma recuperação parcial dos ativos de risco, a incerteza sobre o futuro das relações comerciais e a política fiscal americana persistiu, moldando as expectativas dos agentes econômicos.
Nos Estados Unidos, os principais índices acionários, como o S&P 500, que haviam caído significativamente após o “Dia da Libertação” em 2 de abril devido aos temores de uma guerra comercial generalizada, registraram uma recuperação notável em maio, atingindo um ganho de 6,3% no mês. No mercado de juros, a taxa do título de 10 anos apresentou oscilações consideráveis, mas o principal motor das preocupações fiscais e da incerteza sobre a política monetária não se dissipou. O Federal Reserve (Fed) manteve sua postura de “esperar para ver”, citando a incerteza em torno das tarifas como um fator chave, apesar da pressão do Presidente Trump para cortes de juros. As expectativas do mercado para cortes de juros diminuíram, com a precificação de aproximadamente duas reduções de um quarto de ponto até o final do ano, em vez das quatro previstas inicialmente. Os dados macroeconômicos apresentaram um quadro misto: enquanto os indicadores de sentimento continuaram a deteriorar-se, a criação de emprego (payroll) em maio permaneceu resiliente, com 139 mil novos empregos e a taxa de desemprego estável em 4,2%. No entanto, empresas e economistas continuam preocupados com o impacto inflacionário das tarifas, com alguns setores já relatando repasse de custos aos consumidores.