Personalizar preferências de consentimento

Usamos cookies para ajudá-lo a navegar com eficiência e executar determinadas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies em cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies categorizados como "Necessários" são armazenados no seu navegador, pois são essenciais para permitir as funcionalidades básicas do site.... 

Sempre ativo

Necessary cookies are required to enable the basic features of this site, such as providing secure log-in or adjusting your consent preferences. These cookies do not store any personally identifiable data.

Nenhum cookie para exibir.

Functional cookies help perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collecting feedback, and other third-party features.

Nenhum cookie para exibir.

Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics such as the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.

Nenhum cookie para exibir.

Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.

Nenhum cookie para exibir.

Advertisement cookies are used to provide visitors with customized advertisements based on the pages you visited previously and to analyze the effectiveness of the ad campaigns.

Nenhum cookie para exibir.

JGP

A JGP é uma tradicional gestora de recursos e de patrimônio brasileira com escritórios no Rio de Janeiro e em São Paulo. Nosso compromisso de longo prazo é aliar retornos consistentes com o gerenciamento de risco ativo, visando preservar o capital investido por nossos investidores.

Mídia

Mídia
icone voltar Todas as notícias

Artigo: Superciclo de commodities vai ajudar o Brasil

|01.06.2021

Por Valor Econômico

Por Fernando Rocha —

Bons ventos do crescimento global tendem a nos ajudar

O resultado do PIB no primeiro trimestre de 2021 surpreendeu positivamente. A mediana das expectativas do Valor Data apontava para um crescimento de 0,5% na variação em relação ao mesmo trimestre do ano passado e de 0,7% na comparação com o trimestre anterior, feito o ajuste sazonal. O resultado foi de 1,% e 1,2%, respectivamente.

Na ótica da produção, destaque para o crescimento da agropecuária, de 5,2% ano a ano, e da indústria, com 3% de variação. O setor serviços teve contração de 0,8% nessa base de comparação. Do ponto de vista da absorção doméstica, o desempenho do investimento, com crescimento de 17% ano a ano, foi o que mais chamou a atenção, enquanto o consumo das famílias caiu 1,7% e o consumo do governo caiu 4,9%.

A análise dos números mostra que o grande destaque dessa divulgação do PIB foi a composição benigna do crescimento, com ênfase na produção e no investimento, e menos dependência do consumo agregado (governo + famílias). Esperava-se que, com as políticas monetária e fiscal expansionistas que tivemos no ano passado, o crescimento pudesse estar sendo inflado pelo consumo.

No entanto, o que se notou no primeiro trimestre de 2021 foi que a poupança agregada continuou crescendo e o consumo não foi o “motor” do crescimento. Isso nos remete a uma hipótese de que o bom crescimento atual pode estar ligado ao ciclo global de commodities, em um fenômeno semelhante ao que vimos na década de 2001 a 2010, quando o crescimento da China ativou um super ciclo de alta de matérias-primas que beneficiou o Brasil.

Dessa vez, o fenômeno é um pouco diferente. A taxa de urbanização da China se dá a um ritmo mais lento do que no passado, mas temos uma superdose de estímulos monetários e fiscais no mundo, que motivou uma recuperação acelerada da recessão ocasionada pela Covid-19. Como consequência, as matérias-primas subiram fortemente.

Parece que estamos vivendo novamente um superciclo, mas, de maneira acelerada, como se estivéssemos em uma espécie de “fast forward” do ciclo passado. Tudo indica que a duração atual será menor porque os estímulos foram excessivos e as consequências já estão batendo à porta. No entanto, ainda estamos na fase da aceleração e os benefícios para o Brasil estão começando a se fazer sentir.

No Brasil, além do crescimento real do PIB, é interessante destacar também o componente nominal. Em valores correntes, o PIB do primeiro trimestre cresceu 11,1% contra o mesmo período do ano passado. Isso significa que o deflator implícito (a taxa de inflação do PIB) foi de 10% ao ano. Se considerarmos que o PIB de 2021 vai crescer 5,5% em termos reais, e mantivermos o deflator em 10%, temos que o PIB nominal crescerá 16%.

Isso terá um efeito benéfico muito grande sobre os dados fiscais, particularmente sobre a relação dívida/PIB. O efeito nominal aumenta a arrecadação tributária, melhorando o resultado primário, enquanto o PIB também cresce, reduzindo, assim, o endividamento. Nessa linha, o Tesouro Nacional divulgou recentemente uma revisão do déficit primário de R$ 280 bilhões para R$ 180 bilhões no ano, ou seja, uma diferença de R$ 100 bilhoes, equivalente a aproximadamente 1,3% do PIB. Se tivermos alguns anos de crescimento forte, o benefício sobre a relação dívida/PIB será ainda maior e mais fácil a tarefa de estabilizá-la. Basta preservar o teto degastos.

Por fim, uma consequência negativa do superciclo de commodities é a inflação mais alta. Esse fenômeno já está ocorrendo na economia brasileira. Os índices gerais de preços (IGPs) estão altíssimos e o deflator do PIB também. Porém, os preços no varejo estão relativamente bem comportados. Vejamos o IPCA, por exemplo. Houve uma alta de alimentos importante no ano passado e uma forte alta de combustíveis neste ano.

Ademais, os bens industrializados, particularmente os que demandam muitas matéria-primas, também subiram. Por outro lado, os serviços continuam com inflação baixa, refletindo o desemprego elevado e a renda agregada fraca. O Banco Central vem aumentando a taxa de juros para garantir que a mudança de preços relativos em curso não se transforme em um fenômeno inflacionário mais generalizado. Se isso for bem sucedido, e não temos razão para duvidar, o superciclo de commodities será benéfico para o Brasil.

Ainda temos que nos preocupar com um possível racionamento de energia. Essa é uma questão que de tempos em tempos nos preocupa. Talvez esteja na hora de repensar a matriz energética, tornando-a menos dependente do ciclo hidrográfico.
Em suma, os bons ventos do crescimento global tendem a nos ajudar. Façamos a nossa parte.

Leia a matéria original no Valor Econômico aqui.


Compartilhar: