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Relatório de Junho 2024
Comentário de Ações
O mês de junho foi novamente dominado pelas dinâmicas macroeconômicas na performance dos ativos brasileiros. Apesar de os principais índices de bolsa terem terminado o mês relativamente estáveis (o Ibovespa subiu 1,5% e o índice de small caps caiu 0,4%), o Real desvalorizou 6,5% e houve forte abertura das curvas de juros. Durante o mês, os índices de bolsa chegaram a apresentar quedas maiores, recuperando a performance no final, comportamento que não ocorreu com o câmbio e os juros. O principal fator para o aumento da aversão ao risco no Brasil tem sido, indiscutivelmente, a postura do governo quanto ao controle de gastos e sucessivas críticas ao Banco Central. Apesar das preocupações do mercado com o descontrole dos gastos públicos, as repetidas declarações do governo mostram que há muito pouca intenção de ajustes relevantes e que o esforço continuará vindo na arrecadação, uma dinâmica insustentável para a economia.
O ciclo microeconômico continua sua trajetória de melhora de resultados, mas seu reflexo na performance das ações continua ofuscado pelo risco macroeconômico. Seguimos vendo ações extremamente baratas, com valuations entre os níveis mais baixos dos últimos 15 anos, e retornos esperados perto de 30% ao ano para os próximos 2-3 anos em grande parte da nossa carteira. No entanto, ainda não vemos catalisadores para essa performance se materializar no curto prazo e mantemos nossa alocação ao redor de 80%.